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Uma vez me perguntaram: "Por que você corre?" Naquele momento, busquei uma resposta, um bom motivo para dar. No entanto, as verdadeiras respostas vieram com o tempo. À medida que corria, fui encontrando-as, e quanto mais quilômetros percorria, mais reais elas se tornavam.

Você já se perguntou por que alguém corre? No início, eu também não tinha uma resposta clara. Talvez fosse pelo simples fato de ser saudável, de queimar calorias, ou de perder aqueles quilos indesejados. Corria porque me fazia sentir melhor, porque ajudava a clarear a mente e melhorar o humor. Mas, com o tempo, percebi que correr era muito mais do que apenas um exercício físico.

À medida que acumulava quilômetros, comecei a encontrar respostas que iam além do corpo. Corro porque, depois de uma corrida, o descanso é mais profundo e revigorante. Quando minha cabeça encosta no travesseiro, meu corpo cansado aproveita cada minuto de sono como um prêmio merecido. O coração de um corredor aprende a bater com mais eficiência, a bombear mais sangue com menos esforço, tornando cada batida um compasso de vida.

Corro porque meu corpo inteiro funciona melhor. A circulação melhora, os tecidos se oxigenam, os órgãos trabalham em harmonia. A serotonina se eleva, afastando a sombra da depressão, e a endorfina, o hormônio do bem-estar, me abraça como um velho amigo. E cada passo que dou fortalece meus ossos, previne doenças, e elimina o cortisol, o temido hormônio do estresse.

Mas essas são apenas as razões físicas. Correr, para mim, se tornou uma filosofia de vida. A cada corrida, vejo minha mente se transformar. Encontro o silêncio que me permite olhar para dentro e descobrir quem realmente sou. A sensação de liberdade, a conexão com algo maior – tudo isso me faz sentir vivo.

Corro porque, ao longo do caminho, encontrei uma nova família. Amigos que compartilham da mesma paixão, que entendem o valor de um desafio e o prazer de superá-lo. Corro porque cada linha de chegada, por mais modesta que seja, é um pódio pessoal, uma prova de que posso vencer meus próprios limites. Não importa se não sou o mais rápido, pois a glória que busco não está nos primeiros lugares, mas na conquista de mim mesmo.

Correr me ensinou a importância da humildade, a reconhecer que somos todos iguais, amadores e profissionais, unidos pela mesma paixão. E me mostrou que, no final, a verdadeira vitória não é sobre os outros, mas sobre o que um dia achei que não poderia fazer.

E quando penso em desistir, lembro que a dor é passageira, mas a glória é eterna. Cada medalha, cada sorriso ao cruzar a linha de chegada, é uma celebração da vida. Porque correr é muito mais do que um desafio físico; é uma metáfora da vida. Uma jornada que exige esforço, que às vezes dói, mas que sempre traz uma recompensa.

Corro porque, ao final de cada corrida, meu coração agradece com um sorriso nos lábios. Porque minhas pernas, movidas pela vontade de seguir em frente, são o instrumento que me leva a superar barreiras e alcançar novos horizontes.

E corro porque, a cada passo, me aproximo mais do futuro que desejo, da vida que quero viver. Corro porque, ao alcançar uma meta, as lágrimas de alegria brotam, incontidas, uma lembrança de que superei meus medos e fantasmas.

Um dia, pensei que nunca poderia fazer isso, mas hoje corro para provar a mim mesmo que estava errado. Corro porque, naquele momento em que cruzo a linha de chegada, sinto que sou meu próprio herói.

E assim continuo correndo, com a mente forte, o espírito jovem e o coração apaixonado. Porque sempre há um próximo objetivo, um novo desafio, alguém para compartilhar essa jornada.

Correr não conhece fronteiras, não distingue bandeiras, não precisa de palavras. É uma decisão pessoal, um orgulho que se carrega no peito. Corro porque quero que alguém sinta orgulho de mim, porque quero deixar um legado invisível, algo que repercutirá na eternidade.

E quando te perguntarem por que você corre, talvez seja difícil encontrar as palavras certas. Mas, se um dia nos encontrarmos na linha de chegada, basta me olhar nos olhos. Ali, você verá todas as razões e entenderá que correr é, acima de tudo, uma celebração da vida. Uma forma de dizer ao mundo – e a si mesmo – que vale a pena viver.